#22 Mulheres, liderança e gestão de crise, com Andrea Rodés e Fernanda Munim
A mulher determinada e resiliente consegue olhar para o mundo de diferentes ângulos. Enquanto todos estão olhando para as adversidades, ela está elaborando a melhor estratégia para lidar com as crises, construir equipes produtivas, entregar novos projetos e empoderar outras mulheres no mercado de trabalho.
Para honrar e celebrar o Dia Internacional da Mulher, conversamos com duas mulheres incríveis que fazem história, quebram barreiras e inspiram: Andrea Rodés – Gerente de Resiliência e Continuidade de Negócios para Américas na AIG Seguros, e Fernanda Munim – Head Gestão de Crise e Continuidade de Negócios no Banco BV.
O episódio 24 do podcast Gestão Sem crise é uma oportunidade de aprender, se inspirar e refletir sobre habilidades técnicas e emocionais necessárias para a liderança feminina no mercado de trabalho, como lidar com desafios e compartilharmos experiências pessoais.
Vamos celebrar e reconhecer as mulheres extraordinárias que inspiram e lideram nas áreas de Gestão de Crise, Resiliência e Continuidade de Negócios. Confira!
Como vocês entraram na área de Gestão de Crise, Resiliência e Continuidade de Negócios?
Andrea Rodés – Em determinado momento da minha carreira, eu trabalhava no mercado financeiro com risco de informação. Na época, devido à localização e ao tamanho da empresa, fazia sentido que essa área de risco da informação englobasse a parte de Resiliência e Continuidade de Negócios.
Foi com esse cenário, que desenvolvi uma apresentação com a minha gerente sobre a sinergia entre essas áreas, onde adquiri muitos aprendizados. Com o passar do tempo e o crescimento da empresa, as áreas de TI, recuperação de desastres e Continuidade de Negócios foram separadas.
Eu tive a oportunidade de trabalhar em todas essas áreas que antes eram integradas, e até posso dizer que na parte mais recente e mais longa da minha carreira, eu fiz parte da área de Continuidade de Negócios.
Fernanda Munim – A minha carreira iniciou na área de tecnologia. Eu trabalhei com tecnologia e segurança da informação. Na empresa que eu trabalhava na época, surgiu um convite desafiador para atuar no time de Continuidade de Negócios.
A minha carreira começou no antigo Banco Real como analista júnior. Durante a minha trajetória passei por todos os temas de continuidade de negócios. Eu lembro que na época, a gente organizava muito site de contingência, e no banco tinha uma estrutura física com mais de 600 posições de contingência que ficava disponível para as áreas acessarem.
Lá no banco, eu tive a oportunidade de aprender cada vez mais sobre o tema de crise e continuidade de negócios – na época, os temas crises e continuidade de negócios não eram tão fortes. Já na instituição que trabalho hoje, tive a oportunidade de montar uma área de gestão de crise. Foi um desafio, mas a minha carreira vem sendo desenhada dessa época.
Como vocês veem as habilidades e o papel da mulher na Gestão de Crise?
Fernanda Munim – A mulher tem uma característica voltada para o planejamento e uma visão holística do assunto, além da sua abordagem e ser multi tarefas. As habilidades de comunicação, empatia e resolução de problemas da mulher ajudam e fazem a diferença na gestão de crise.
Andrea Rodés – Concordo com a Fernanda e cada vez mais, eu vejo muitas mulheres na área de Gestão de Crise. Eu acho que a mulher tem mais flexibilidade para tocar muitas coisas ao mesmo tempo, além da organização.
O que vocês recomendam durante o processo de construção de carreira?
Andrea Rodés – Não apenas para quem está iniciando a carreira, mas quem pretende mudar de área ou busca recolocação no mercado de trabalho, eu recomendo ler e estudar bastante.
Hoje, eu acho que é mais fácil estudar porque na minha época de faculdade precisava comprar livros ou ir na biblioteca. Os livros eram em inglês e poucos tinham traduções. Hoje, tem a internet, webinars, palestras e muitos recursos devido à tecnologia. Além disso, é mais aberto para bate-papo e troca de conhecimento e informações entre os profissionais.
Fernanda Munim – Eu acho que o estudo leva a gente para longe. E para complementar a colocação da Andrea, eu acho importante a busca por mentores. Ao longo da minha carreira, eu tive bons mentores que me deram direcionamentos e mostraram como contornar o caminho em situações difíceis. A pessoa também precisa ter um direcionamento para onde está indo, quais as suas metas, onde deseja trabalhar e criar um plano para alcançar os objetivos.
Como vocês perceberam que a habilidade da empatia fez toda diferença no momento de preparação ou gerenciamento de uma crise?
Andrea Rodés – Eu acho que é uma pergunta difícil. Muitas vezes é algo tão natural, que a gente não percebe quando usa a empatia. Acredito que no dia a dia, com as informações ou se preparando para uma crise, a empatia ajuda a construir bons relacionamentos.
Um bom relacionamento é fundamental para não perder a cabeça, principalmente em uma crise onde é necessário manter a calma e ser organizado.
Fernanda Munim – Para complementar, na minha visão, o treinamento da equipe é fundamental porque ajuda muito no momento de resposta à crise. Acredito que o primeiro desafio é colocar todo mundo na mesa e lembrar do treinamento.
Eu tive uma experiência de acionamento de plano de crise, onde a equipe estava se sentido perdida. Paramos para pensar e entendemos que era só acionar o plano. A resposta fluiu. Por isso, o treinamento é um aliado para a equipe ter uma resposta mais assertiva.
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