As maiores crises de 2025 (Brasil e mundo): o que aprendemos e o que ainda precisamos aprender

Introdução: O que 2025 nos ensinou sobre crises?

Crises não são eventos isolados. Elas são pontos de inflexão que revelam o que estava mal resolvido dentro das organizações. O ano de 2025 reforçou essa verdade com intensidade. De escândalos corporativos a ciberataques devastadores, passando por colapsos de reputação e falhas graves de continuidade, vimos empresas ao redor do mundo enfrentarem situações-limite — muitas vezes sem preparo, sem plano e sem liderança.

Para quem trabalha com gestão de crise, continuidade de negócios, segurança, comunicação, compliance e governança, esses eventos são laboratórios vivos. Eles mostram o que funciona, o que falha e o que precisa ser urgentemente revisado.

Este artigo aprofunda as 5 maiores crises do ano — Brasil e mundo — e traduz as lições que podem guiar sua empresa em 2026.

1. CEO da Nestlé é demitido após escândalo de conduta

O escândalo envolvendo o CEO da Nestlé, afastado após denúncias de assédio e favorecimento, foi um dos maiores choques corporativos do ano. Mesmo com políticas robustas de ESG e um discurso institucional sólido, a empresa demonstrou fragilidade no cumprimento prático dos seus próprios códigos internos.

A repercussão pública — associada à falta de posicionamento rápido e alinhado entre comunicação e liderança global — gerou perda de confiança, pressões de mercado e desgaste interno.

Lição importante:

Liderança é reputação. E reputação é governança.
Nenhuma empresa está imune a desvios éticos, mas todas deveriam estar preparadas para lidar com eles com rapidez, clareza e coerência. Treinamento ético, canais de denúncia confiáveis e simulações de cenários envolvendo executivos são essenciais.

2. Crise reputacional na Astronomer: denúncias internas e colapso da marca

A startup Astronomer enfrentou uma queda vertiginosa após denúncias de manipulação de relatórios para investidores e comportamentos abusivos por parte da liderança. A empresa escolheu o silêncio, descredibilizou ex-funcionários e subestimou o impacto da crise.

Esse silêncio se tornou o combustível que transformou um incidente em uma crise global, levando ao rompimento com clientes, saída de investidores e críticas severas da imprensa.

Lição importante:

Uma crise não começa no caos — começa na negligência.
Quando a empresa silencia, a narrativa é construída pelos outros. Uma boa gestão de crise exige transparência, velocidade e alinhamento interno, especialmente quando se trata de denúncias internas.

3. Ciberataque à Marks & Spencer paralisa operações e expõe dados

A tradicional varejista britânica Marks & Spencer enfrentou um dos maiores ciberataques da década. Hackers comprometeram dados de dezenas de milhares de clientes e interromperam operações de e‑commerce e logística por três dias inteiros.

A resposta inicial da empresa foi desordenada. Comunicações confusas geraram mais pânico que esclarecimento. Reguladores britânicos como a FCA e a ICO iniciaram investigações, pressionando por melhorias no modelo de resiliência digital.

Lição importante:

Incidentes cibernéticos são crises organizacionais — não problemas de TI.
A exigência regulatória atual (DORA na Europa, BACEN no Brasil, FCA no Reino Unido) demanda frameworks robustos de ICT Risk Management.
Sem governança, sem simulado e sem plano técnico de resposta, o impacto é inevitável: reputação + continuidade + jurídico.

4. Banco latino-americano sofre falha grave de continuidade

Um banco de médio porte passou 48 horas completamente fora do ar após uma atualização de software falhar. Clientes ficaram impossibilitados de pagar contas, acessar aplicativos ou fazer transações. A crise escalou rapidamente nas redes sociais e virou manchete internacional.

O ponto mais crítico?
O banco tinha um plano de continuidade — mas ele estava desatualizado, sem testes, sem priorização de sistemas críticos e sem fluxo de comunicação com clientes.

Lição importante:

Plano sem teste = risco.
Continuidade de negócios exige BIA atualizado, testes trimestrais, integração com TI, governança e comunicação estratégica. Não adianta ter o documento: é preciso ter maturidade.

5. Crise climática afeta cadeia energética no Sul do Brasil

Chuvas extremas paralisaram subestações, atingiram áreas residenciais e provocaram falta de energia em mais de 30 cidades. Empresas do setor elétrico foram criticadas por demora na resposta e falta de comunicação com usuários e autoridades.

Mesmo sendo um evento climático, especialistas concluíram que parte do impacto poderia ter sido mitigado com planos mais robustos de resiliência climática e simulações prévias.

Lição importante:

Eventos climáticos não são mais exceções — são riscos permanentes.
Toda empresa precisa ter estratégias de continuidade que considerem:

  • risco climático
  • proteção do time
  • comunicação emergencial
  • alternativas operacionais
  • redundância regional

Padrões que se repetiram em 2025

Ao analisar todas essas crises, três padrões são evidentes:

1. Falta de preparação real

Planos existiam — mas não funcionaram.

2. Liderança despreparada

Faltou presença, responsabilidade e comunicação.

3. Comunicação falha

Silêncio ou respostas desalinhadas ampliaram os danos.

A crise, em essência, não expõe apenas o erro — ela expõe a estrutura, a cultura e a governança da organização.

Conclusão das práticas regulatórias:

Empresas que não tiverem planos reais, governança clara e executivos treinados correm riscos regulatórios, reputacionais e financeiros significativos.

Checklist para 2026 — Sua empresa está pronta?

  1. Você tem comitê de crise ativo e treinado?
  2. Existe uma matriz clara para definir incidente, emergência e crise?
  3. Os líderes sabem exatamente o que fazer nas primeiras 2 horas?
  4. Já realizou simulações nos últimos 12 meses?
  5. A comunicação tem protocolos claros e aprovados?
  6. Há planos específicos para crises reputacionais e ataques cibernéticos?
  7. Seu BIA está atualizado?
  8. Cumpre requisitos BACEN, DORA ou FCA?
  9. Você revisou planos de continuidade este ano?
  10. Tem um processo de debriefing estruturado?

Conclusão: o futuro pertence a quem se prepara

As crises de 2025 não foram apenas eventos isolados de má sorte. Elas foram sintomas claros de uma desconexão perigosa entre discurso e prática, entre documentos e ações, entre planos e decisões em tempo real.

Empresas que falharam não foram necessariamente as menores ou menos estruturadas — foram aquelas que não estavam prontas para agir com agilidade, responsabilidade e transparência quando mais importava.

O que 2025 nos mostrou — com clareza brutal — é que crises não são exceção; são parte do jogo corporativo moderno.
A diferença entre empresas que sucumbem e empresas que se fortalecem está na qualidade da resposta, e não apenas na robustez do incidente.

Liderança preparada, simulações realistas, governança alinhada, comunicação integrada e planos testados são os pilares da resiliência.

Mas mais do que isso, a verdadeira maturidade em gestão de crise começa quando a organização entende que prevenção também é uma forma de liderança.
É quando o CEO senta na sala de simulado.
Quando o comitê revê as lições aprendidas.
Quando a diretoria exige um plano vivo — não um PDF arquivado.
Quando se fala de crise fora da crise.

Se sua organização ainda enxerga gestão de crise e continuidade como “burocracia”, talvez esteja apenas vivendo na sorte. E sorte, em tempos de volatilidade, é uma estratégia frágil.

2026 vai exigir mais. E a sua empresa precisa exigir mais de si mesma.

A WePlanBefore é referência em gestão de crise, continuidade de negócios e simulado empresarial.

Se você quer começar 2026 com uma estrutura robusta e preparada, estamos aqui para apoiar sua organização em todas as fases:

  • Diagnóstico de maturidade
  • Estruturação de planos
  • Simulados de crise (WeSimulate)
  • Treinamento de liderança
  • Comunicação de crise
  • Plano de continuidade e BIA

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