A importância do Líder durante uma crise – presença, decisão e comunicação
Quando uma crise atinge uma organização, a primeira pergunta que muita gente faz não é “o que aconteceu?”, mas sim: “Onde está a liderança?”
Crises institucionais, cibernéticas, reputacionais ou operacionais testam, mais do que qualquer outro momento, a postura, a coragem e a presença dos líderes.
Um CEO ausente, um comitê indeciso ou uma fala fria pode custar milhões — ou anos de construção de reputação.
Neste artigo, você vai entender:
- Qual o papel da liderança em uma crise;
- Por que presença, decisão e comunicação são pilares de confiança;
- Como evitar os erros mais comuns dos líderes sob pressão;
- E o que empresas bem preparadas fazem para treinar suas lideranças para momentos críticos.
Liderança em crise: presença que inspira ou silêncio que afunda
Quando tudo está incerto, é a atitude dos líderes que gera segurança — ou alimenta o caos.
Em crises, os colaboradores, os clientes, os investidores e o público em geral olham para o topo.
Eles querem saber:
- Quem está no comando?
- O que essa pessoa está fazendo?
- O que ela tem a dizer?
- Ela parece no controle?
A ausência — mesmo que física — é interpretada como negligência.
Já a presença genuína transmite responsabilidade, coragem e coerência.
Os 3 pilares da liderança durante uma crise
1. Presença
Não é sobre dar todas as respostas, mas sobre estar visivelmente envolvido, assumir responsabilidades e mostrar que há comando.
Líderes que desaparecem, delegam tudo ou evitam se expor criam vácuo de autoridade.
Já os que participam ativamente:
- Inspiram a equipe;
- Transmitem confiança ao mercado;
- Facilitam a tomada de decisão.
2. Decisão
Crises exigem decisões difíceis — rápidas, com informações incompletas e sob pressão.
O líder precisa:
- Saber com quem contar;
- Confiar nos planos (e nas pessoas);
- Avaliar riscos e consequências rapidamente;
- Assumir a responsabilidade das escolhas.
Postergar, hesitar ou “esperar mais dados” pode custar a oportunidade de conter a crise.
3. Comunicação
O líder é o principal porta-voz da cultura da empresa.
Nas crises, ele precisa:
- Falar com empatia e firmeza;
- Alinhar mensagens com valores institucionais;
- Ser acessível e transparente;
- Inspirar, mais do que explicar.
A voz do líder é a voz da organização.
E ela será julgada — por palavras, por tom e por tempo de resposta.
Casos que ilustram o impacto da liderança
✅ Tylenol / Johnson & Johnson (1982)
O presidente da J&J apareceu publicamente, assumiu responsabilidades e liderou a retirada voluntária de milhões de frascos do mercado.
Resultado: a marca recuperou a confiança e virou case global.
❌ Americanas (2023)
Após a revelação do rombo bilionário, a ausência de porta-vozes, a demora em dar explicações e a comunicação fragmentada da liderança geraram desconfiança duradoura.
Os erros mais comuns dos líderes em crise
❌ Delegar toda a crise para jurídico ou comunicação
❌ Aparecer tarde demais ou apenas com discurso técnico
❌ Ficar preso à burocracia da aprovação de mensagens
❌ Evitar perguntas difíceis em coletivas ou entrevistas
❌ Transparecer frieza ou arrogância
❌ Afastar-se da equipe que está na linha de frente
Como preparar a liderança para crises?
1. Envolvimento no desenvolvimento do plano
O líder não deve apenas aprovar o plano de gestão de crise — ele precisa participar ativamente de sua construção, entendendo os riscos críticos, discutindo cenários e colaborando com as ações de resposta.
Essa participação garante que o plano seja realista, aplicável e conte com o engajamento genuíno da alta liderança.
2. Treinamento de porta-vozes
Simulações com imprensa, treinamentos de fala sob pressão e mensagens-chave por cenário.
O líder precisa ensaiar antes da crise real.
3. Participação ativa em simulados
Não basta “acompanhar”. A liderança deve viver o simulado, testando sua reação em tempo real.
4. Alinhamento entre áreas e comitês
TI, jurídico, comunicação e operação devem estar integrados ao comitê de crise.
O líder precisa conhecer o plano — e confiar na equipe.
5. Debriefings pós-crise
A liderança deve liderar também o aprendizado. Após cada crise (ou simulado), é essencial reunir o time, extrair lições e atualizar os planos.
Liderança não é só imagem — é ação visível
Empresas maduras em gestão de crise têm líderes que:
- Sabem quando e como se posicionar;
- Estão disponíveis para a imprensa, clientes e colaboradores;
- Encaram a crise como responsabilidade institucional, não como ameaça pessoal;
- Demonstram os valores da empresa com consistência.
Conclusão: líderes não evitam crises — mas definem como a empresa vai atravessá-las
A forma como a liderança age nas primeiras horas de uma crise pode proteger a marca — ou afundar sua reputação por anos.
Ser líder em tempos bons é fácil.
Ser líder na crise é o que constrói reputação duradoura.
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