Como montar um plano de resposta a incidentes cibernéticos – passo a passo

Em 2025, toda empresa está exposta a riscos cibernéticos. Seja por ransomware, vazamento de dados, acesso não autorizado ou interrupção de sistemas críticos, o incidente não é uma possibilidade. É uma certeza.

A pergunta real é: sua organização saberia o que fazer nas primeiras 2 horas após um ataque digital?

Um Plano de Resposta a Incidentes Cibernéticos (IRP – Incident Response Plan) bem estruturado faz a diferença entre uma ação coordenada e um caos generalizado.

Neste artigo, vamos mostrar:

  • Por que o IRP é essencial para a gestão de crise moderna;
  • Os erros mais comuns cometidos por empresas;
  • E um passo a passo prático para montar seu plano e testar sua maturidade.

O que é o IRP?

O IRP (Incident Response Plan) é o documento que define como a organização deve reagir a um incidente de segurança da informação.

Seu objetivo é:

  • Conter o incidente;
  • Mitigar danos;
  • Proteger dados e ativos;
  • Garantir continuidade;
  • Atuar em conformidade legal e regulatória;
  • Preservar a reputação da empresa.

O IRP não é um plano apenas técnico. Ele precisa envolver áreas institucionais, jurídicas, comunicação e alta liderança.

Por que você precisa de um plano?

Porque ataques cibernéticos:

⚠️ Acontecem sem aviso;
⚠️ Podem paralisar a empresa por dias;
⚠️ Causam perda de confiança pública;
⚠️ Geram obrigações legais (ex: notificação à ANPD no Brasil);
⚠️ Afetam diretamente a reputação da marca.

Empresas que improvisam acabam demorando a responder, se contradizendo na comunicação ou expondo vulnerabilidades que poderiam ter sido evitadas.

Os 6 principais erros das empresas ao responder a um incidente

❌ Não saber quem deve liderar a resposta
❌ TI e comunicação falando linguagens diferentes
❌ Demora em informar clientes ou autoridades
❌ Falta de mensagens pré-aprovadas para imprensa e redes sociais
❌ Omissão de notificações obrigatórias
❌ Tentativa de esconder o incidente

Como montar um plano de resposta a incidentes cibernéticos

1. Crie uma equipe de resposta (CSIRT ou IRT)

Monte um grupo multidisciplinar com representantes de:

  • Segurança da Informação / TI
  • Jurídico (com foco em proteção de dados)
  • Comunicação institucional
  • Alta liderança / Comitê de crise
  • Compliance / Riscos / ESG

Nomeie um líder da resposta, com autoridade e autonomia para coordenar as ações.

2. Defina os tipos de incidentes e níveis de gravidade

Nem todo incidente exige o acionamento completo do plano.

Exemplos de classificação:

  • Nível 1: falha de login de usuários internos;
  • Nível 2: acesso não autorizado sem vazamento;
  • Nível 3: sequestro de sistema ou vazamento de dados de clientes.

Cada nível deve ter um plano de escalonamento e um fluxo específico.

3. Estabeleça os fluxos de comunicação e decisão

Tenha respostas claras para:

  • Quem aciona o plano?
  • Em quanto tempo cada parte deve ser notificada?
  • Quem aprova comunicações externas?
  • Quem fala com imprensa, reguladores e clientes?

Essa parte precisa estar integrada com o plano de gestão de crise da empresa.

4. Prepare os canais e mensagens de resposta

Elabore modelos de:

  • Notificação a titulares de dados (clientes, parceiros);
  • Comunicados para a imprensa;
  • Publicações em redes sociais;
  • Mensagens internas para colaboradores.

Todos os textos devem ser empáticos, claros e alinhados com a estratégia da marca.

5. Documente os procedimentos técnicos

Inclua no IRP:

  • Checklist de isolamento e contenção;
  • Identificação e coleta de evidências;
  • Backup e recuperação de dados;
  • Comunicação com fornecedores de TI e especialistas externos.

6. Avalie as exigências legais e regulatórias

O IRP precisa estar alinhado com:

  • LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados, no Brasil);
  • GDPR (Europa);
  • Normas da ANPD ou outras autoridades de proteção de dados;
  • Requisitos de seguradoras (cyber insurance).

Inclua um checklist de:

  • Quando notificar a autoridade;
  • Como comunicar os titulares dos dados;
  • Como documentar as ações adotadas.

7. Simule ao menos 2 vezes por ano

Um IRP que nunca foi testado… não existe.

Simule incidentes como:

  • Ataque de ransomware com sequestro de arquivos;
  • Vazamento de dados de clientes;
  • Paralisação de sistema de pagamento.

Avalie:

  • Tempo de resposta
  • Coordenação entre áreas
  • Comunicação interna e externa
  • Interface com jurídico e compliance

Após cada simulado, faça um debriefing e revise o plano.

Boas práticas adicionais

✅ Treine toda a liderança sobre o plano (não só a equipe técnica)
✅ Revise o IRP após qualquer incidente real
✅ Alinhe o IRP com o plano de continuidade de negócio e o plano de crise geral
✅ Tenha fornecedores de forense digital, advocacia especializada e gestão de crise contratados previamente

Conclusão: na crise digital, tempo é reputação

A resposta a um incidente cibernético é um teste de prontidão institucional.
Quem não tem um plano, improvisa — e paga o preço em imagem, confiança e penalizações.

Quem tem, age com clareza, consistência e velocidade.
E, mais importante: protege seus ativos mais valiosos — os dados, os clientes e a reputação.

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