Crise e reputação: qual o custo da falta de investimento em medidas de prevenção?
O custo de uma crise pode variar significativamente dependendo da sua natureza, duração, escala e impacto. Crises podem ter custos financeiros diretos, como perda de receita e danos à propriedade.
As crises também podem gerar custos indiretos, como perda de confiança do consumidor, danos à reputação da empresa, interrupção de cadeias de abastecimento, desaceleração econômica e até mesmo custos emocionais e psicológicos para as pessoas afetadas.
Por exemplo, uma crise ambiental pode resultar em danos irreparáveis ao ecossistema, afetando a biodiversidade e os recursos naturais, além de gerar custos significativos para recuperação. De acordo com o relatório Clima e Desenvolvimento para o País (CCDR), do Banco Mundial, os efeitos dos eventos climáticos extremos geram perdas de R$ 13 bilhões (US$ 2,6 bilhões) ao ano.
Para contribuir com um melhor entendimento sobre o impacto da falta de investimento em medidas preventivas e de preparação para mitigar os efeitos negativos das crises, preparamos esse conteúdo para você. Continue a leitura!
O que é uma crise e qual a relação com a reputação?
Uma crise é uma situação de grande instabilidade ou perigo, que geralmente envolve uma ruptura no funcionamento normal de algo, seja uma empresa, uma instituição, uma comunidade ou até mesmo um país. Ela pode surgir de várias fontes, como desastres naturais, problemas financeiros, escândalos, falhas de produtos ou serviços, entre outros.
A relação entre crise e reputação é bastante significativa. A reputação de uma empresa, marca ou indivíduo é a percepção que os outros têm sobre eles, baseada em suas ações, comportamento, histórico e como lidam com situações diversas. Quando uma crise ocorre, ela pode abalar profundamente a reputação de uma empresa ou pessoa, especialmente se não for gerenciada de forma adequada.
Por que investir em prevenção e preparação?
1. Mudanças Climáticas e Desastres Naturais: a Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNISDR) apontou que o investimento em redução de risco de desastres é significativamente mais efetivo do que simplesmente responder a desastres após ocorrerem. Um exemplo específico é que a construção de infraestrutura resiliente ao clima pode evitar perdas significativas no futuro.
2. Saúde Pública: um estudo publicado pelo Journal of Public Health Management and Practice sugere que investir em programas preventivos de saúde pública pode retornar até $5.60 para cada $1 investido, dependendo do programa e da região.
3. Segurança Cibernética: segundo o relatório 2022 Official Cybercrime Report, da Cybersecurity Ventures, as perdas mundiais com ciberataques serão de US$ 10,5 trilhões por ano até 2025, mas investimentos em segurança cibernética podem reduzir significativamente a frequência e o impacto desses ataques.
4. Educação e Prevenção ao Crime: um estudo do Washington State Institute for Public Policy (WSIPP) mostra que programas educacionais e de prevenção ao crime para jovens podem gerar economias substanciais para o sistema de justiça criminal, com alguns programas retornando mais de $10 para cada $1 investido.
Impactos da falta de investimento em prevenção e preparação
A falta de investimento em medidas preventivas e de preparação pode ter um impacto significativo na reputação de uma empresa, governo ou organização. Aqui estão alguns dos principais impactos:
1. Percepção negativa do público: quando uma empresa ou governo falha em investir em medidas preventivas, o público pode ver isso como negligência e falta de responsabilidade. Isso pode levar a uma perda de confiança por parte dos clientes, investidores e cidadãos.
2. Danos à marca: a reputação de uma marca pode ser severamente prejudicada quando ela é associada a incidentes ou crises que poderiam ter sido evitados com medidas preventivas adequadas. Isso pode resultar em perda de clientes, queda nas vendas e dificuldade em atrair novos clientes.
3. Risco financeiro: as crises resultantes da falta de investimento em medidas preventivas podem ter custos financeiros significativos, incluindo multas, processos judiciais, custos de recuperação e reparação de danos. Além disso, a falta de preparação pode levar a interrupções operacionais que afetam diretamente o resultado financeiro da organização.
4. Impacto nos stakeholders: a falta de investimento em medidas preventivas pode afetar não apenas os clientes e acionistas, mas também funcionários, fornecedores e outras partes interessadas. Isso pode resultar em descontentamento, falta de motivação e até mesmo saída de talentos, prejudicando a capacidade da organização de funcionar eficazmente.
5. Repercussões regulatórias e legais: em muitos casos, a falta de investimento em medidas preventivas pode resultar em violações regulatórias e legais. Isso pode levar a ações de fiscalização, processos judiciais e penalidades que aumentam ainda mais os custos e danos à reputação da organização.
Em resumo, o custo de uma crise pode ser bastante alto devido à falta de investimento em medidas preventivas e de preparação que pode ter um impacto abrangente e prejudicial na reputação de uma empresa, governo ou organização, afetando sua capacidade de operar com eficácia e sustentabilidade a longo prazo.
Estudos sobre impactos diretos e indiretos de crises e desastres
1. Banco Mundial: faz parte do Sistema das Nações Unidas (ONU), sendo formado por um conjunto de agências especializadas, fundos e programas que atuam em diversas frentes. Com sede na cidade de Washington, nos Estados Unidos, seus principais objetivos são o fim da extrema pobreza e a promoção da prosperidade compartilhada.
Os Relatórios sobre Clima e Desenvolvimento do Grupo Banco Mundial (CCDRs) se baseiam em dados e pesquisas completas e identificam as principais ações e caminhos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e as vulnerabilidades climáticas.
2. Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC): agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, com sede no Condado de DeKalb, Geórgia. Nos Estados Unidos, o CDC frequentemente publica estudos que demonstram a eficácia de investir em vacinação e outras medidas preventivas de saúde em termos de economia de custos.
3. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): a organização foi criada em 1960. Hoje, conta com aproximadamente 30 membros da Europa, Américas, Ásia e Oceania. A OCDE publica estudos sobre uma variedade de tópicos, incluindo a eficácia do investimento em prevenção em várias áreas políticas.
4. Cemaden: no Brasil, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) traz estudos e realiza o monitoramento das ameaças e impactos naturais em áreas de riscos em municípios brasileiros suscetíveis à ocorrência de desastres naturais.
5. Portal Brasileiro da Cibersegurança: o portal traz análises, pesquisas, normas e outros documentos sobre o tema para fortalecer as capacidades de ação coletiva da sociedade civil, comunidade acadêmica, autoridades públicas e setor privado.
Como podemos ajudar a sua organização?
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