Paula Papis: uma mulher que inspira outras mulheres na segurança da informação 

A presença feminina vem se consolidando na área da segurança da informação nos últimos anos, principalmente no Brasil. Não é à toa que a área da Tecnologia da Informação (TI) é uma das que mais crescem no país e no mundo. 

O estudo “Mercado Brasileiro de Software Panorama e Tendências 2022” realizado pela ABES mostra que o Brasil está entre os 10 primeiros países no mercado mundial nesta área. Outro dado relevante é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, que aponta um crescimento de 60% de mulheres nesta área nos últimos cinco anos. 

Como reflexo, ao longo dos últimos anos, surgiram comunidades que buscam incentivar e mentorear mulheres a ver nesse campo a possibilidade de construir uma carreira sólida.  Um desses projetos é o CyberSecurity Girls Brasil, que nasceu em 2018, após uma conversa entre os amigos Paula Papis e Erick Ferreira. 

Durante o bate-papo, Paula teve a oportunidade de compartilhar sobre a sua paixão pela área da segurança da informação, bem como os desafios e as barreiras impostas às mulheres nesta área, em que até pouco tempo atrás era quase que exclusivamente ocupada por homens. 

Paula é Gerente Sênior de Segurança na Accenture e Co-fundadora do CyberSecurity Girls Brasil. Ela estudou Comunicação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e continuou sua educação na instituição, onde obteve seu mestrado em Ciências Sociais. Além disso, tem MBA em Gestão Estratégica de TI pelo IPT-USP, MBA em Gestão de Riscos e Continuidade de Negócios pela Dayrus e certificações internacionais em ITIL, COBIT, Auditor líder ISO 27001 e ACRP pela DRI International.  

Preparando mulheres líderes do futuro 

A comunidade transformou a vida de mais de 200 mulheres que atuam na área de cibersegurança. “CyberSecurity Girls Brasil é um programa de mentoria em que são realizadas sessões em grupo, de forma remota, com conteúdos técnicos e comportamentais sobre o universo da segurança da informação, buscando capacitar tecnicamente jovens em início de carreira e auxiliar sua entrada no mercado de trabalho com maior assertividade e velocidade”, explica Paula.  

O primeiro ciclo de mentoria aconteceu de forma presencial  no período de um ano. Atualmente, são realizadas 10 aulas virtuais uma vez por semana,  o que possibilita a participação de mulheres de vários estados do país. “Contamos com o apoio de 9 mulheres que lideram e doam o seu tempo de forma voluntária para ensinar e compartilhar seus conhecimentos e experiências nesta área”. 

Além de estudos, as mentoreadas também participam de eventos, palestras e workshops gratuitos sobre diversos temas relacionados à segurança da informação.   “O programa permite a troca de informações entre as participantes e muito networking. E para as mulheres que já foram alunas no programa, criamos um grupo no WhatsApp para fortalecer o networking e compartilhar oportunidades de emprego na área”, pontua Paula. 

Ainda de acordo com Paula, uma das conquistas da comunidade foi a criação de um canal no YouTube. Todos os quadros são realizados exclusivamente com mulheres que abordam temas atuais e relevantes. “É um trabalho que permite proporcionar maior visibilidade e incluir o público feminino na área de cibersegurança”. 

Inspirando e liderando outras mulheres  

Paula acredita que a conexão entre as mulheres proporciona um processo de autoconhecimento e transformação na vida profissional e que agrega também na vida pessoal. “Eu sempre gostei de estudar e ensinar. É algo prazeroso para mim. Aprendo muito com cada história compartilhada e me torna mais madura para encarar as oportunidades e desafios ao longo da minha trajetória profissional e pessoal. Nossos encontros são um espaço seguro para conversar e trocar experiências com outras mulheres que buscam um espaço na área de segurança da informação”, destaca.  

Em seu conselho para outras mulheres que estão atuando e as que desejam atuar na segurança da informação, Paula expressa: “Networking é uma das chaves para desenvolver relações positivas ao longo da nossa carreira. Ensinar, trocar conhecimento e investir tempo na capacitação voluntária de pessoas não diminui o nosso brilho, mas sim é uma via de mão dupla que traz bons resultados para os envolvidos. Por isso, este ano, nosso principal objetivo é oferecer treinamentos com mais qualidade e acompanhar mais de perto as mulheres para auxiliá-las na locação do mercado de trabalho”.

Saiba como participar do programa 

Para as mulheres que desejam participar da comunidade CyberSecurity Girls Brasil, a abertura das inscrições é divulgada nas redes sociais do programa. Após a inscrição, é realizado um mapeamento do perfil de cada mulher inscrita; o programa prioriza as  mulheres que estão em início de carreira. 

A equipe do projeto também disponibiliza o cronograma de aulas, sendo 10 aulas que acontecem uma vez por semana de forma virtual. E para obter o certificado de participação no grupo é necessário a participação em 100% das aulas.