Fake news nas redes sociais: como as marcas podem combater e lidar com elas

Todos nós sabemos que o mundo digital sem fronteiras permite fácil acesso a uma infinidade de informações de todas as naturezas. Esse é o bônus do negócio. Porém, um dos ônus é a disseminação e o compartilhamento de informações falsas, as inconvenientes fake news. Diante da ampla disseminação deste tipo de conteúdo envolvendo questões políticas (eleições), de saúde (doenças, vacinas e remédios) e até sociais (difamação de pessoas), as redes sociais vêm atuando para evitar que essas notícias se alastrem e causem ainda mais estragos.

Em novembro de 2020, Google, Facebook e Twitter iniciaram um trabalho em conjunto com agências de checagem de notícias e órgãos governamentais do Reino Unido e do Canadá para estabelecer responsabilidades na luta contra a desinformação, naquele momento o propósito maior era combater as fake news sobre a Covid-19 e as vacinas.

O Twitter, por sinal, é uma das redes mais engajadas neste assunto. Está sempre reforçando suas políticas contra a desinformação, removendo postagens maliciosas e até banindo perfis que divulgam conteúdo falso ou perigoso, como foi o caso do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e outras 70 mil contas relacionadas a teorias conspiratórias envolvendo a política do país.

O curioso é que, depois de uma semana após Trump ser bloqueado na rede, em 08/01/2021, houve queda de 73% em posts com desinformação sobre a eleição americana na comparação com a semana anterior. É o que aponta a Zignal Labs, empresa que analisou alegações de fraude na disputa eleitoral, algo veemente negado pela Justiça dos EUA. 

Para se ter uma ideia, as menções sobre este tema em várias plataformas caíram de 2,5 milhões de posts para 688 mil. Ainda de acordo com o levantamento, houve queda de 95% em posts com a #FightforTrump e de mais de 95% em posts com #HoldTheLine ou March for Trump. Já os tweets com termos como “voter fraud”, “stop the steal”, “illegal votes” e “shredded ballots” registraram decréscimos entre 67% e 99%.

Segundo o jornal The Washington Post, o ex-presidente dos EUA falou mais de 26 mil mentiras durante os quatro anos de seu mandato.

Mas foi mesmo depois do trágico episódio da invasão ao Capitólio dos EUA por apoiadores de Trump, que custou a vida de cinco pessoas, mais de 100 prisões e uma ferida profunda na democracia do país, que o Twitter resolver efetivamente fechar o cerco contra as fake news.

Plataformas excluem contas e criam ferramentas

Recentemente a plataforma anunciou o “Birdwatch”, uma ferramenta (ainda em fase de testes) para verificação de fatos pela qual os próprios usuários poderão adicionar notas e comentários sobre os tweets, adicionando dados e fontes confiáveis para desmentir notícias falsas. O objetivo é responder rapidamente às fake news e outros conteúdos enganosos antes que ganhem alcance e repercussão.

O Twitter entende que, por ser alimentado por usuários da comunidade, o Birdwatch pode estar sujeito a manipulações, influências e interesses escusos, mas a rede pretende gerenciar estas questões durante a fase de testes e ter tudo isso resolvido para a ocasião do seu lançamento.“Sabemos que há uma série de desafios para a construção de um sistema conduzido pela comunidade, desde torná-lo resistente a tentativas de manipulação até garantir que não seja dominado por uma maioria simples ou tendencioso com base na distribuição de colaboradores. Estaremos focados nessas coisas ao longo do projeto piloto”, escreveu o vice-presidente de produto do Twitter, Keith Coleman.