Diversidade e a inclusão no ambiente corporativo
Diversidade. Substantivo feminino que significa qualidade daquilo que é diverso, diferente, variado, variedade.
Ou conjunto variado, multiplicidade. Inclusão. Ato ou efeito de incluir. Capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes. A combinação das duplas palavras tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente corporativo. Mas a pergunta que fazemos é: sua empresa desenvolve uma política visando realmente a diversidade? Existe equidade de gênero nos cargos? Os ambientes são acessíveis para pessoas com deficiência, sejam elas físicas, auditivas, intelectuais ou visual?
Após viralizar uma foto de uma das maiores empresas de investimentos do Brasil que, além de mostrar uma sucessão de erros – aglomeração e pessoas sem máscara em meio à pandemia – expõe a realidade de muitas organizações: a falta de pessoas dos grupos tidos como minoritários. Nesse sentido, é necessário trazer alguns números para entender melhor o caso.
Os dados são alarmantes
No nosso país, 56% da população é negra ou parda, mesmo assim, o salário dos trabalhadores negros é 45% menor do que o dos brancos, como mostra a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE). O mesmo estudo aponta que a renda das mulheres negras é ainda inferior. A média salarial dessas trabalhadoras é 70% menor do que a das mulheres brancas que ocupam os mesmos cargos.
Sobre o tema pessoas com deficiência. Estamos falando de um universo que passa dos 45 milhões de indivíduos, o que equivale a mais de 23% da população em geral. Mesmo com a Lei de Cotas (8.213/91), que neste ano completou três décadas, ainda é preciso avançar, pois o dispositivo garante emprego a apenas 500 mil brasileiros com deficiência. A legislação prevê que empresas com 100 funcionários ou mais tenham entre 2% e 5% de trabalhadores que tenham deficiência.
Se formos para o recorte de gênero, uma desigualdade alarmante atinge os transgêneros no Brasil que sequer conseguem ingressar no mercado de trabalho, seja pela orientação sexual ou pela violência, já que no país é onde mais pessoas transgêneros são mortas no mundo. Somente no ano passado foram assassinadas mais de 180.
O caminho é planejar e acolher
Os dados mostram que uma organização que pretende respeitar a diversidade em primeiro lugar precisa de planejamento. Em segundo, é necessário o auxílio de especialistas que podem contribuir para criar um ambiente mais acolhedor. Conforme pesquisa realizada pela Pearson, maior organização de educação do mundo, em parceria com a empresa U.ma, a diversidade e a inclusão ainda estão pouco presentes no mundo corporativo, isso independente do porte e do segmento da companhia.
Para construir uma empresa plural, o caminho é dar meios para que pessoas negras, PCDs e transgêneros, por exemplo, cheguem a postos que em outros tempos não chegavam.