Marcas já estão conversando diretamente com seus consumidores no Clubhouse
O Clubhouse, rede social baseada exclusivamente em conversas por voz, ao vivo, ganhou uma gigantesca repercussão nas últimas semanas.
Rapidamente a plataforma ultrapassou os seis milhões de usuários, mesmo sendo exclusiva só para quem tem iPhone (por enquanto não funciona no sistema Android, só existe versão do aplicativo para iOS). Para ingressar na rede é necessário receber um convite de um outro usuário ou então submeter um nome de perfil para ficar salvo como seu e esperar algum colega de sua lista de contatos autorizar sua entrada.
Essas medidas, que em um primeiro momento pareciam restringir o acesso, na verdade funcionam como filtros que acabam criando nichos e uma audiência extremamente segmentada. A oportunidade perfeita para muitas marcas conversarem diretamente com seu público-alvo.
Interatividade do Clubhouse é grande diferencial
A dinâmica de participação do Clubhouse é outro ponto que chama a atenção. A única maneira de interagir é por meio de conversas ao vivo. Não há espaço para textos, fotos, memes, anúncios ou outros espaços publicitários. Ou seja, trata-se de um ambiente para discussões autênticas com pessoas de verdade. Por lá você vai encontrar CEOs de grandes empresas, artistas famosos, personalidades, atletas e muito mais. Na maioria das vezes não são simples bate-papos, são experiências enriquecedoras.
Algumas empresas entenderam bem essas características peculiares do Clubhouse e já estão se aventurando na rede.
A Audi foi a primeira montadora a promover uma sala de debates. A marca líder em carros elétricos no Brasil conduziu uma discussão justamente sobre ‘A Era dos Carros Elétricos’. Segundo o diretor de Comunicação e Marketing da empresa, Cláudio Rawicz, a decisão aconteceu por conta da segmentação da audiência. “O público-alvo da Audi está ali”.
Mais de 1.000 pessoas passaram pela sala durante os 90 minutos de transmissão, que contou com a presença de personalidades do meio automobilístico, jornalistas do setor e entusiastas da tecnologia para falar sobre o tema.
A Nescau também entrou no Clubhouse. A marca promoveu uma sala chamada “Sports Talks”. A conversa teve a participação da paratleta Verônica Hipólito, da ginasta Flávia Saraiva e foi mediada pelo head de Marketing de Nescau e bebidas Nestlé, Abner Bezerra.
“A ideia foi tirar dúvidas das pessoas e promover o espírito de Nescau, de estar conectado com o consumidor” afirmou Abner.
Para o executivo, o espaço serve para interagir com as pessoas, abrir diálogo com os consumidores e trazê-los para perto da marca. “É uma mistura de grupos de WhatsApp, podcast e bate papo, onde tudo acontece em tempo real. É um formato novo e vai ser desafiador descobrir as novidades junto com consumidores e convidados”.
A marca de Azeites Andorinha, do Grupo Sovena, chamou a apresentadora Bela Gil para mediar uma sala com o tema “A importância de uma alimentação saudável e consciente”. O propósito foi debater os caminhos e barreiras para uma alimentação de verdade, bem como aprofundar a discussão sobre o seu acesso.
Apesar de tudo ainda ser muito novo, parece que a fórmula do Clubhouse é bastante interessante para as marcas. Essa oportunidade de criar salas de conversa relevantes em que os convidados podem compartilhar conhecimento atraem muitas outras pessoas interessadas nos temas em discussão.
A voz é a forma mais natural de comunicação do ser humano, por isso as marcas podem explorar as possibilidades da plataforma para se aproximarem de seu público-alvo de uma maneira mais autêntica, relevante e humanizada.